Na manhã desta segunda-feira (10/02), durante uma coletiva de imprensa, o Delegado de Polícia Civil, Dr. Emmanuel Robson Gomes, revelou mais detalhes sobre uma operação que desmantelou uma organização criminosa envolvida na falsificação de produtos alimentícios e fitoterápicos. A fábrica, funcionava desde 2021 no bairro Água Vermelha, em Formiga e já havia sido interditada no ano passado pela Vigilância Sanitária.
A investigação apurou que a organização contava com uma estrutura de quatro funcionários administrativos e dez trabalhadores na linha de produção. A operação teve início após denúncia de uma mãe de um ex-funcionário, que forneceu à Polícia Civil um vídeo mostrando o funcionamento interno da fábrica.
Embora tenha sido desmantelada uma parte significativa da rede criminosa, até o momento os responsáveis pela empresa não procuraram a Polícia Civil. Caso o casal que é proprietário da empresa, uma mulher de 37 anos, natural de Formiga, e um homem de 33 anos, não se apresentem, o delegado pode solicitar ao Judiciário mandados de prisão temporária ou preventiva. O casal reside em Belo Horizonte.
De acordo com o delegado, até o momento, os suspeitos cometeram os crimes previstos nos artigos 272 e 273, ambos do Código Penal, tendo em vista que corromperam e adulteraram substâncias destinadas ao consumo humano, inclusive fitoterápicos. As penas podem variar de 8 a 15 anos de reclusão.
Segundo as investigações, a empresa operava sem a devida autorização dos órgãos competentes e com uma grande quantidade de produtos falsificados que chegavam a supermercados e lojas de produtos naturais em Formiga e outras regiões do Brasil. O delegado revelou que, além de falsificar marcas conhecidas, a organização também desenvolvia sua própria marca de produtos.
Em relação à estrutura da fábrica, a Polícia Civil identificou uma grande área de produção com condições insalubres. O local apresentava chão sujo, produtos sem identificação e vencidos, e a falta de registros e licenciamento adequado. A Vigilância Sanitária procedeu com a inutilização de toda a matéria-prima armazenada no local, enquanto a Polícia Civil segue investigando a parte financeira da empresa, que aparenta faturar milhões de reais.
O delegado informou ainda que, no decorrer da investigação, quatro funcionários da fábrica foram detidos e colaboraram com informações cruciais para o andamento do caso.
A próxima fase da investigação envolve a apuração do destino financeiro dos lucros obtidos pela organização, incluindo a solicitação do bloqueio das redes sociais e sites usados para promover a venda dos produtos falsificados. A Polícia Civil também pretende requisitar ao Judiciário que estabelecimentos comerciais que distribuem esses produtos sejam fiscalizados, com risco de responsabilização caso se comprove dolo.
O caso segue em andamento e promete novos desdobramentos nas próximas semanas.
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