Neste 14 de junho, celebramos a memória litúrgica de Nhá Chica, nascida Francisca de Paula de Jesus, filha e neta de pessoas escravizadas, que dedicou sua vida à fé, à caridade e ao cuidado com os pobres. Beata da Igreja Católica, sua história inspira gerações pela simplicidade e pelo amor ao próximo.
Devota de Nossa Senhora da Conceição, Nhá Chica foi conhecida como “a mãe dos pobres”, por acolher e ajudar todos que a procuravam — dos mais humildes aos homens do Império. Durante 30 anos, reuniu doações para construir uma capela em Baependi (MG), hoje transformada em santuário.
Mesmo sem ser religiosa consagrada, sua fé e virtudes heroicas foram reconhecidas pela Igreja. Em 2013, após confirmação de um milagre por sua intercessão, foi beatificada pelo Vaticano, tornando-se a primeira mulher negra e leiga do Brasil a receber esse reconhecimento.
Nhá Chica nunca buscou destaque, mas sua vida tocou tantos corações que a campanha por sua canonização começou ainda em 1952. Seu legado, nascido da periferia de Minas Gerais, ecoa até hoje como símbolo de espiritualidade, resistência e justiça.
A data de sua morte, 14 de junho de 1895, passou a ser também sua festa litúrgica oficial.
“A santidade está nos gestos simples e nos corações grandes” — e Nhá Chica é prova viva disso.
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