O município de Iguatama completa, nesta sexta-feira (15/08), 82 anos de emancipação política. A cidade, cujo nome tem origem indígena e significa “Terra do Rio Curvo”, possui uma história que remonta ao início do século XIX, quando era conhecida como Porto Real.
No início do século passado, o governo imperial determinou a abertura de uma estrada ligando os sertões de Goiás, o Triângulo e o Oeste de Minas às capitais da Província e do Império. No ponto onde essa estrada cruzava o Rio São Francisco, foi instalada uma balsa e, em 1830, um posto fiscal. O local recebeu o nome de Porto Real, em referência à Coroa. O pioneiro da região foi Faustino Lopes de Camargo, seguido por famílias como a de D. Bernardina Francisca de Paula Pamplona, viúva de Francisco Correia Pamplona, que se estabeleceu com grande latifúndio.
Em 1825, para evitar as cheias do rio, o povoado foi transferido para um ponto mais elevado, em terras doadas por D. Bernardina à capela de Nossa Senhora da Abadia, em 4 de janeiro de 1826. A partir daí, o núcleo urbano se consolidou, ganhando relevância regional.
Entre os marcos de seu desenvolvimento está a construção de uma ponte de aroeira sobre o Rio São Francisco, inaugurada em 16 de agosto de 1877, substituída, décadas depois, por uma de cimento armado. A igreja local, erguida em 1862, preserva altares coloniais.
Administrativamente, o distrito de Porto Real de São Francisco foi criado em 1868, subordinado a Formiga, passando por alterações territoriais e de nomenclatura. Em 1938, recebeu o nome de Porto Real e foi anexado a Arcos. Finalmente, pelo Decreto-lei Estadual nº 1.058, de 31 de dezembro de 1943, foi elevado à categoria de município com o nome de Iguatama, desmembrando-se de Arcos e parte de Bambuí.
Hoje, 82 anos após sua emancipação, Iguatama preserva seu patrimônio histórico e cultural, mantendo viva a memória de suas origens ligadas ao Rio São Francisco e à tradição mineira.
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