A líder indígena Jijukè, ícone do povo Karajá e primeira mulher indígena a ser retratada em uma cédula brasileira, morreu nesta segunda-feira (11/8), aos 100 anos, na aldeia Hãwalo, em Santa Isabel do Morro (TO).
A causa da morte não foi divulgada. Nascida em 16 de janeiro de 1925, Jijukè entrou para a história ao estampar, ao lado de sua companheira Koixaru Karajá, o verso da nota de mil cruzeiros lançada em 1990 — a primeira do Brasil a homenagear diretamente os povos indígenas.
A fotografia foi registrada pelo artista e fotógrafo José Américo Peret, eternizando o rosto da líder Karajá e transformando a imagem em um símbolo cultural. A cédula, que trazia o Marechal Rondon no anverso e Jijukè e Koixaru no verso, teve tiragem limitada de apenas 5 milhões de unidades. Hoje, é considerada rara e muito valorizada entre colecionadores e admiradores da história brasileira.
Em publicação nas redes sociais, a página Mídia Karajá lamentou a perda: “Jijukè agora se junta aos nossos ancestrais, mas sua imagem e legado seguem vivos na memória do Brasil e do nosso povo.” De acordo com o Museu Nacional, o povo Karajá, que se autodenomina Iny (“nós mesmos”), vive tradicionalmente às margens do rio Araguaia, ocupando territórios entre Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Pará.
Para os Karajá, a presença de Jijukè em uma cédula nacional não foi apenas um ato simbólico, mas um marco de reconhecimento histórico. Sua imagem segue como lembrança da força, da cultura e da resistência dos povos originários do Brasil.
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