Minas Gerais enfrenta uma onda de calor e tempo seco, com destaque para a cidade de Montes Claros, no norte do estado. A umidade relativa do ar na região chegou a impressionantes 13% nesta terça-feira, tornando-a um dos locais mais secos do Brasil. A última chuva significativa na cidade, de apenas 10 mm, ocorreu entre os dias 12 e 13 de junho.

A capital, Belo Horizonte, também tem sofrido com a falta de chuvas consistentes. Embora tenham ocorrido algumas pancadas isoladas em agosto, julho e junho, elas foram insuficientes para manter níveis de umidade confortáveis. Outras regiões de Minas Gerais, como a Zona da Mata, o Sul de Minas, o Vale do Rio Doce e o Vale do Jequitinhonha, também registraram chuvas esporádicas e de pequena intensidade nos últimos três meses, principalmente devido à passagem de frentes frias.

A previsão para a segunda semana de setembro de 2025 é de que o calor e a secura persistam em todo o estado. As temperaturas podem chegar a 37°C nas regiões oeste e norte, enquanto a Grande Belo Horizonte deve ter dias quentes, com termômetros acima de 30°C.

Em Minas Gerais, as chuvas de outono e inverno, que acontecem entre maio e setembro, dependem quase que exclusivamente da passagem de frentes frias. Diferente de outras épocas do ano, as típicas pancadas de chuva de fim de tarde são raras. Isso acontece porque a falta de calor e umidade local, e o predomínio de massas de ar seco, dificultam a formação dessas chuvas.

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A população de Minas Gerais aguarda ansiosamente a chegada da chuva. A secura do ar e do solo, causada pela estiagem prolongada, tem aumentado o risco de incêndios e a poeira das estradas de terra já se torna um incômodo para os moradores.

Por enquanto, não há previsão de pancadas de chuva isoladas, pois a massa de ar quente e seco que atua sobre o Brasil impede a formação de nuvens de chuva. Para que a situação mude, é preciso a passagem de uma frente fria forte, capaz de romper essa barreira.

Uma possibilidade de mudança está próxima: modelos de previsão indicam que uma frente fria especial deve avançar sobre o Sudeste no início da segunda quinzena de setembro. Caso essa previsão se confirme, o evento pode levar chuva a diversas áreas do estado.

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É importante ressaltar, porém, que essa chuva não marcará o retorno da temporada de chuvas. A expectativa é que as chuvas se tornem mais frequentes e regulares no fim de setembro ou no início de outubro. A partir desse período, a circulação de ventos sobre o Brasil deve criar corredores de umidade, que trarão a umidade necessária para a formação de áreas de instabilidade e das tão esperadas pancadas de chuva de fim de tarde.