Julho sempre teve um sabor especial pra mim. Mês de frio, de memórias doces e de muitas emoções. Foi em julho que vivi algumas das maiores transformações da minha vida: minhas duas filhas, Maria que completou 18 anos este mês e a Ana que está prestes a fazer 12. Parece que foi ontem que eu estava grávida, barrigudona rsrs, imaginando como seria a vida com elas. E aqui estamos, celebrando juntas mais um capítulo da nossa história.

Dessa vez, no Chile. Entre paisagens geladas, a beleza da neve, e até a adrenalina de um safari com jaula entre os leões — experiências que nos tiram do automático e despertam algo profundo dentro de nós. Como ouvi certa vez de um palestrante: é preciso “levar os olhos para passear”. E não é só um passeio, é um reencontro com o que somos.

O novo gera vida. Não apenas memórias, mas sinapses. Isso mesmo: quando nos permitimos viver experiências diferentes — mesmo as mais simples — nosso cérebro cria novas conexões neurais, estimulando criatividade, resiliência e capacidade de decisão. E não precisa, necessariamente, de um avião ou passaporte. Às vezes, o novo está em um caminho diferente até o trabalho, em um café da manhã preparado em família, em uma conversa sem pressa no fim da tarde, em assistir ao pôr do sol sem olhar o relógio.

Viajar é maravilhoso, sim. Mas o que transforma de verdade é o movimento interno de se permitir viver algo fora do padrão, de dar aos olhos e à mente o presente de enxergar por outras perspectivas. O novo é menos sobre o destino e mais sobre a disposição para viver o que ainda não foi vivido. Criar espaço para essas experiências, dentro das nossas possibilidades, é um ato de autocuidado, amor e expansão. E quando a gente muda por dentro, todo o resto também muda — inclusive a forma como conduzimos nossos negócios, nossos relacionamentos e nossas escolhas.

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Abundância e prosperidade têm tudo a ver com equilíbrio. E equilíbrio é se permitir fazer pausas conscientes. Delegar, nesse contexto, é uma das maiores provas de maturidade da liderança. Significa confiar nos processos, nas pessoas e na cultura que se construiu ao longo do tempo. Se a engrenagem só funcionar com você presente, algo precisa ser revisto. Negócios saudáveis não podem depender de um único pilar. Como líder, aprendi que formar um time capaz de sustentar a entrega — com ou sem a minha presença — é um gesto de inteligência e também de amor ao que se construiu. Equipes que se sentem responsáveis crescem. E líderes que se permitem viver a vida com presença — inclusive fora do trabalho — voltam mais criativos, mais energizados, mais humanos.

Estudos da Harvard Business Review indicam que líderes que tiram férias regularmente têm 34% mais chances de receber aumentos e promoções. Outro levantamento do Project: Time Off mostra que quem se permite desconectar tem mais produtividade e clareza para decisões estratégicas. O descanso não é ausência. É preparo para a próxima entrega. Eu trabalho muito, mas já trabalhei mais do que devia. Hoje sou mais consciente. Aprendi a confiar, a dividir, a criar espaço para que outros também cresçam. E isso me fez não só mais feliz, mas também muito mais produtiva.

Abundância, pra mim, é isso: viver a prosperidade em todas as áreas da vida. É não esquecer do que é essencial. É fazer as malas com intenção. É colecionar momentos que vão ficar pra sempre. E, sim, é também permitir que a vida nos surpreenda — porque quando nos abrimos ao novo, tudo pode florescer: negócios, ideias e o coração.

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